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30.6.09

Parou



RIP, ou melhor, DIP Pina Bausch, que fez todo mundo que achava que sabia dançar aprender de novo.

29.6.09

Esquizofrenia

O secretário de justiça (sic) e defesa da cidadania (sic) do governo de São Paulo, falando sobre os sem-terra e suas reinvindicações para que a lei seja cumprida, ao invés de alterada para ajudar os latifundiários, primeiro explica que a lei deve se adequar à realidade:

Marrey argumentou que as terras estão ocupadas por várias fazendas há 90, 100 anos, e têm benfeitorias.

Mas, logo depois, na mesma entrevista, gira 180º e explica que

Sobre a possibilidade de um diálogo com os sem-terra, Marrey já adiantou que não haverão (sic) negociações:
- Não tem negociação alguma com a violação da lei. Eles não operam de boa fé e não há sequer o que negociar. Eles que cumpram a lei - disse o secretário de Serra.

24.6.09

It's the laaaaand of the freeeeee

....pero no mucho. Que os EUA têm a maior população carcerária do mundo, todo mundo sabe. Que não têm lá uma relação muito sã com a sexualidade e seus limites, também. Mas o que acontece quando as duas coisas se encontram? Acontece uma favela de condenados por crimes sexuais debaixo da ponte, isso que acontece. Proibidos de morar em qualquer lugar que fique a menos de 750m de onde haja crianças - ou seja, basicamente na cidade inteira - os condenados maiamenses, alguns por crimes como "ter tido relações sexuais consensuais com uma menina de 16 anos," são jogados lá pela prefeitura.

A coisa fica divertida quando lembramos que Miami não é a única a ter esse tipo de lei. E que em muitos estados possessão de pornografia infantil, na casa ou no computador, é um crime sexual mesmo que você não esteja ciente do fato, e consiga provar isso. Ou seja, se você largar uma pilha de fotos dentro da casa de alguém e chamar a polícia, vai pra ponte, sem a opção do juiz dizer que é besteira.


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Rola um boato de que Blairo Maggi pode vir a integrar o governo Lula. Se for verdade, a Dilma perde meu voto, pelo menos no primeiro turno. No segundo, contra Serra, ganha como mal menor. Afinal, se no governo Lula o ministro do meio ambiente é atacado pelo ministro da agricultura, um ruralista, no governo Serra o secretário do meio ambiente é ele mesmo um ruralista.

5.6.09

Oportunidades

Perdidas:

Claro que não vai ser aproveitada, afinal nada é feito pensando em pobre pela prefeitura do Rio há tempos, ainda mais algo desse porte.

Mas o aterro sanitário de Gericinó (sim, do mesmo bairro que honrou a promessa do César Maia de tirar o presídio de Bangu, mudando o nome da área) está pra ser desativado. E em volta do aterro tem a maior área plana preservada do Grande Rio, em meio a uma imensa área carente de tudo, mas especialmente de áreas verdes.

O Rio de Janeiro tem mais áreas verdes do que a maioria das cidades brasileiras, mesmo descontando-se as três florestas de montanha. Mas isso é porque a comparação é fraca; cidades brasileiras são geralmente pobres em áreas verdes. No plano, com equipamentos de lazer, o Rio tem três parques médios e nenhum grande. A desativação do aterro do gericinó, junto com a aquisição da área ao exército (pra que diabos o exército continua com tantas instalações no Rio, afinal?), permitiria fazer um parque de grande porte no plano pro subúrbio carioca.

Aliás, podiam logo eliminar todas as unidades do exército e da aeronáutica no Rio (deixa a marinha, já que Brasília não tem mar), e transformá-las em parques.



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Aproveitadas:



José Serra encampou o projeto, parte da campanha eleitoral de Paulo Maluf, de adicionar 3 pistas em cada direção à marginal Tietê. A obra vai custar tanto quanto uma linha de metrô, não vai servir pra rigorosamente nada (há muito que se sabe que ampliação da capacidade rodoviária não melhora engarrafamentos, porque atrai demanda reprimida), vai eliminar a pouca área porosa que ainda absorvia chuva nas imediações do Tietê, causando enchentes, e last but not least, vai fazer uma área que já é feia ficar horrível.

Coincidentemente, o projeto já foi anunciado com as empreiteiras que vão fazer as obras. Assim, sem licitação nem nada. Afinal, é preciso fazer caixa pra 2010.

3.6.09

Imagina na Jamaica

Um estudo sobre as interações entre a posse de terras e os mecanismos de crédito de carbono por evitar desmatamento me chocou um pouco. Não que tenha nenhuma grande novidade: é que na tabelinha sobre as proteções à posse da terra por comunidades tradicionais, o Brasil tá na melhor de quatro categorias: forte legalmente e na prática.

E isso apesar do que se sabe sobre grilagem e conflito no campo no Brasil. E não é porque o estudo desconhece a realidade brasileira, é porque pelo visto em outros países a coisa é pior ainda.

Ah sim: a conclusão do estudo é que os incentivos "à floresta em pé," tão defendidos pela Marina Silva, podem até funcionar - se, e se, e se, e se. Considerando-se a força dos ruralistas no Congresso e nos governos estaduais, é um monte de ses.